terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Ricardo Quaresma: o Mustang estará ainda afinado?

9 de maio de 2013. Foi neste dia, já há sete meses, que Ricardo Quaresma realizou o seu último jogo oficial. Foram 90 minutos contra o Al Fujairah, numa derrota por 1-0. Depois, seguiu-se o vazio.  O internacional português sofreu uma lesão grave no joelho direito. Um problema no menisco que exigiu intervenção circurgica. Veio para Portugal e, a 11 de junho, subiu para a mesa de operações. Recuperou mas não voltou a jogar pelo Al Ahli, do Dubai, clube onde chegou em janeiro deste ano. 

Nesta altura é importante, portanto, perceber o que pode esperar Paulo Fonseca.
António Gaspar, fisioterapeuta que acompanhou Quaresma no período pós-operatório, garante que apenas precisa ganhar ritmo competitivo.

«Clinicamente ficou a 100 por cento. Está sem qualquer limitação e apto para exercer de novo a profissão dele. Aliás, ele voltou a treinar, não é? Isso significa que está recuperado. Caso contrário não voltaria»,
Foram cerca de três meses o tempo que Quaresma e António Gaspar trabalharam juntos, mas o fisioterapeuta não lhe perdeu o rasto desde aí. «Estive com o Ricardo há cerca de um mês, durante um checkup normal que tínhamos combinado. Estava bem, estava a treinar normalmente no clube dele. Peso? Estava dentro dos valores que nós consideramos normais para um atleta de alta competição. Não creio que isso seja problema», defende.


A contratação de Ricardo Quaresma pelo Al-Ahli surpreendeu pelo destino exótico, num jogador que ainda nem estava na casa dos 30 anos. Depois de dois anos de relativo sucesso na Turquia (em 2011/12 fez 34 jogos e marcou sete golos), a aposta na Liga dos Emirados Árabes Unidos foi estranha.

Terá sido vista, apenas, como uma ponte para um futuro regresso à Europa, algo que Quaresma sempre desejou. O Al Ahli nunca conseguiu ter o Ricardo Quaresma que esperava ter contratado.

Os adeptos, contudo, sempre estiveram do lado do jogador. Uma tarja com a inscrição «Quaresma 7 We Love You» passeou pelos estádios da Liga local, fosse qual fosse o momento do jogador. Algo habitual, de resto, pois no F.C. Porto e no Besiktas, por exemplo, também teve sempre uma relação muito próxima com a massa adepta.

O clube tinha, contudo, uma visão diferente. Aliás, esta separação acaba por ser a junção de duas vontades. Quaresma queria sair, o clube queria ver-se livre de um jogador de elevado salário.

Galatasaray e Trabzonspor, sabe o nosso jornal, perguntaram pelo jogador no verão, mas desistiram face ao preço pedido. Com o tempo, o Al Ahli perdeu a esperança de fazer um encaixe com a venda. O contrato que ligava as duas partes até junho de 2014 foi desfeito.

«Quaresma estava super-motivado para voltar a jogar num clube de topo»

O F.C. Porto, a confirmar-se, surge com um fator importante a pesar: recuperar a motivação do avançado.

António Gaspar, aliás, não tem dúvidas: «A motivação é fundamental. Se um jogador estiver motivado consegue sempre mais. Eu sempre o vi focado e desejoso de voltar a jogar ao mais alto nível.»

«O Ricardo é alguém que gosta muito da sua profissão. Adora o que faz. Estava super-motivado para voltar a jogar num clube de topo», insiste.

Ainda assim, admite que não poderia voltar a jogar amanhã, por exemplo. «Do ponto de vista clínico, sim, sem dúvida, mas depende sempre da questão física», avisa.

«Como qualquer atleta que está há tanto tempo sem competir irá precisar de um programa específico no início, mas se ele estiver predisposto a trabalhar, como acredito que esteja, será algo simples. Não tendo limitações físicas, isso não chega a ser um problema», remata.

 

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