sábado, 28 de maio de 2016

Quaresma: um trunfo que não se sente arma secreta



A última fase final de Ricardo Quaresma numa competição de seleções foi o Euro 2012, mas o extremo português já não foi uma opção utilizada um minuto sequer pelo selecionador Paulo Bento no Europeu da Polónia e Ucrânia.
Desde então, Bento não mais contou com Quaresma na seleção nacional falhando este tanto o apuramento como a fase final do Mundial 2014 no Brasil. A entrada de Fernando Santos na seleção nacional fez coincidir o regresso de Quaresma à equipa das Quinas.
Paulo Bento comandou o primeiro jogo da fase de apuramento para o Euro 2016. A derrota com a Albânia em Aveiro (em setembro de 2014) foi sucedida pela saída do então selecionador. Fernando Santos estreou-se no comando da equipa nacional com o «particular» com a França (que fazia parte do calendário do Grupo I de apuramento). Quaresma voltou à seleção também nessa partida.
No seu regresso à equipa das Quinas, Ricardo Quaresma entrou em campo para substituir Nani aos 68 minutos quando Portugal perdia 1-0. E um minuto depois os franceses aumentaram a vantagem. Mas Quaresma acabou por deixar a sua marca convertendo o penálti que fechou o resultado em 2-1 para a França.
Nesta quinta-feira, Ricardo Quaresma assumiu que não se sente uma arma secreta do selecionador Fernando Santos para vincar que o mais importante está no trabalho que conseguido pela equipa no seu coletivo. O que dirão os factos?
Depois da estreia do selecionador e do regresso do extremo com a França, Portugal regressou aos jogos a contar para o apuramento para este Euro 2016. Santos voltou também a contar com Quaresma. E se não contou com uma arma secreta, pelo menos jogou um trunfo que deu frutos.
No segundo jogo do Grupo I, em outubro de 2014, Portugal venceu 1-0 na Dinamarca. O golo foi de Cristiano Ronaldo, ao quinto e último minuto de compensação do jogo. A assistência foi de Quaresma, saído do banco aos 84 minutos.Ao terceiro jogo da seleção portuguesa na fase de apuramento (o segundo de Santos a contar), a equipa nacional voltou a vencer com um golo solitário. De novo marcou Ronaldo. De novo Quaresma esteve na jogada. Fez uma tabela com Nani, rematou para defesa do guarda-redes contrário, com Nani a dar um toque para o CR7 fazer golo. Foi aos 72 minutos. De novo Quaresma saiu do banco; tinha entrado dois minutos antes (para o lugar de Danny).
Seguiu-se um particular com a Argentina em Old Trafford. Portugal ganhou 1-0. Raphaël Guerreiro marcou o golo do triunfo com um golpe de cabeça em voo... após um cruzamento de Quaresma na direita. O golo aconteceu no primeiro minuto de descontos. O extremo tinha sido colocado em campo ao intervalo.
No Portugal-Sérvia (2-1), Quaresma entrou aos 78 minutos com o resultado já feito e na derrota caseira (0-2 no Estoril) com Cabo Verde não foi chamado como não foram as primeiras opções de Fernando Santos. Quando regressaram os jogos do apuramento não saiu do banco no Arménia- Portugal (2-3).Três jogos da seleção depois, no «particular» com a Itália em Genebra, Quaresma voltou às ações decisivas. Começou o jogo de início, continuou em campo depois do intervalo e, aos 52 minutos, cruzou de trivela na esquerda para Éder marcar um golo que deu mais um triunfo português por 1-0.
No segundo jogo sem pontos do calendário do Grupo I entrou em campo aos 68 minutos com o resultado em branco, mas o marcador acabaria favorável à França devido a um golo de Valbuena a cinco minutos do fim. O regresso dos jogos a doer para a seleção aconteceu na Albânia. Portugal ganhou 1-0. Como? Com um golo de Miguel Veloso no segundo minuto de compensação do jogo. Quem assistiu o médio? Quaresma na marcação de um canto; ele que tinha sido opção para Fernando Santos a partir do minuto 65.
Sem influência direta no Portugal-Dinamarca (1-0) tendo jogado os últimos oito minutos, Quaresma fechou a fase de apuramento com 90 minutos no Sérvia-Portugal (1-2) também sem intervenção direta nos lances dos golos.

Ausente dos «particulares» que se seguiram ao apuramento, com Rússia (0-1) e Luxemburgo (2-0), Quaresma voltou para os últimos dois jogos da seleção portuguesa: na derrota com a Bulgária (jogando 25 minutos) e na vitória sobre a Bélgica – entrando (juntamente com Éder) para fazer a última meia hora de jogo, um minuto antes de os belgas reduzirem para o 2-1 final favorável a Portugal.
Recuperados estes jogos, Quaresma voltou à seleção pela mão de Fernando Santos desde a estreia do selecionador português. O extremo luso esteve ligado diretamente ao resultado – como golos ou assistências – logo nos três primeiros jogos. E nesta caminhada rumo ao Euro 2016 seria de novo fundamental em mais duas partidas.
No total daqueles cinco jogos em que marcou ou assistiu, três foram a contar e dois foram «particulares». Ricardo Quaresma afirmou nesta quinta-feira não saber o que estará na cabeça de Fernando Santos quanto às decisões sobre quem jogará em França. Mas, como arma secreta ou que já não será tão secreta assim, o seu papel de trunfo nesta campanha é incontornável.

Créditos: MAISFUTEBOL

  

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